Sobre MSV432 O projeto MSV432 (código originado a partir do endereço Rua Marquês de São Vicente, número 432) propõe uma reflexão entre memória e narrativa a partir de um imóvel tombado que está em processo de transformação para se configurar em um espaço que será a futura sede da Galeria da Gávea. Desde maio de 2016, venho acompanhando as obras de um chalé, de arquitetura neoclássica, construído no século XIX, e inaugurado mais precisamente em 1881, localizado no endereço citado, em frente à Praça Augusto de Lima, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Durante mais de um ano, me relacionei com o espaço de forma a considerá-lo um organismo vivo, gerador de imagens construídas em sintonia com o seu processo de transformação constante, incluindo a circulação propiciada por aqueles que habitam o lugar temporariamente através da sua força de trabalho. No intuito de me organizar para um projeto longo, me planejei de forma a criar uma rotina. Nas visitas, que chamei de “imersões”, estabeleci o hábito de ir ao local quinzenalmente e depois semanalmente, quando decidi intensificar o trabalho mais alinhado com o progresso da obra. Estive no local tanto nos finais de semana, para conviver com o espaço vazio, como também durante dias de semana, com a obra a pleno vapor, em horário comercial. Dessa forma, fui produzindo métodos de criação, que consistiam não somente em fotografar, mas também em anotar, escrever, desenhar em um caderno-guia com anotações, colagens com contatos dos filmes que estava produzindo junto a cópias de fotos mais antigas, bem como documentos, relatórios e reportagens de época sobre a casa. Tinha em mente que precisava construir um repertório com a finalidade de engendrar um arquivo que captasse tudo aquilo que me interessava, de forma a povoar um universo que serviria de base de criação de uma poética a respeito daquele lugar, processado e editado a partir do material resultante de cada imersão com a obra em andamento. Em seguida, também decidi começar a fazer pequenos filmes durante as imersões dos dias de semana, em horário de pleno serviço dos operários da obra, que originaram uma videoinstalação que será apresentada em uma, juntamente com a publicação do projeto, o novo fotolivro MSV432 durante a exposição de mesmo nome. Sobre todo o projeto MSV432 em questão, escrevi o texto abaixo, produzido especialmente para o livro. Nele comento sobre a experiência de se trabalhar em um projeto de longa duração ao ter uma casa como universo de criação, refletindo sobre escolhas e métodos adotados junto à questão de se ter o processo como protagonista do trabalho, onde a imaginação também é apresentada como um elemento fundamental: A CASA IMAGINADA Ao pensar a casa como um organismo vivo, construí um arquivo poético me deixando envolver pela energia que vibrava daquela matéria, a partir da imersão em um espaço-tempo que se recriava a cada momento. Em um mergulho labiríntico, de dentro para fora, parti da pedra fundamental em seu subsolo e fui descobrindo os ambientes até a área externa. Assim, conexões foram estabelecidas em sequências de formas, cores e composições, sobrepondo-se ao caos, subliminarmente. MSV432 é o endereço, mas também o código de acesso a uma obra aberta, dentro de uma obra em aberto. Rafael Adorján Sobre MSV432 O projeto MSV432 (código originado a partir do endereço Rua Marquês de São Vicente, número 432) propõe uma reflexão entre memória e narrativa a partir de um imóvel tombado que está em processo de transformação para se configurar em um espaço que será a futura sede da Galeria da Gávea. Desde maio de 2016, venho acompanhando as obras de um chalé, de arquitetura neoclássica, construído no século XIX, e inaugurado mais precisamente em 1881, localizado no endereço citado, em frente à Praça Augusto de Lima, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Durante mais de um ano, me relacionei com o espaço de forma a considerá-lo um organismo vivo, gerador de imagens construídas em sintonia com o seu processo de transformação constante, incluindo a circulação propiciada por aqueles que habitam o lugar temporariamente através da sua força de trabalho. No intuito de me organizar para um projeto longo, me planejei de forma a criar uma rotina. Nas visitas, que chamei de “imersões”, estabeleci o hábito de ir ao local quinzenalmente e depois semanalmente, quando decidi intensificar o trabalho mais alinhado com o progresso da obra. Estive no local tanto nos finais de semana, para conviver com o espaço vazio, como também durante dias de semana, com a obra a pleno vapor, em horário comercial. Dessa forma, fui produzindo métodos de criação, que consistiam não somente em fotografar, mas também em anotar, escrever, desenhar em um caderno-guia com anotações, colagens com contatos dos filmes que estava produzindo junto a cópias de fotos mais antigas, bem como documentos, relatórios e reportagens de época sobre a casa. Tinha em mente que precisava construir um repertório com a finalidade de engendrar um arquivo que captasse tudo aquilo que me interessava, de forma a povoar um universo que serviria de base de criação de uma poética a respeito daquele lugar, processado e editado a partir do material resultante de cada imersão com a obra em andamento. Em seguida, também decidi começar a fazer pequenos filmes durante as imersões dos dias de semana, em horário de pleno serviço dos operários da obra, que originaram uma videoinstalação que será apresentada em uma, juntamente com a publicação do projeto, o novo fotolivro MSV432 durante a exposição de mesmo nome. Sobre todo o projeto MSV432 em questão, escrevi o texto abaixo, produzido especialmente para o livro. Nele comento sobre a experiência de se trabalhar em um projeto de longa duração ao ter uma casa como universo de criação, refletindo sobre escolhas e métodos adotados junto à questão de se ter o processo como protagonista do trabalho, onde a imaginação também é apresentada como um elemento fundamental: A CASA IMAGINADA Ao pensar a casa como um organismo vivo, construí um arquivo poético me deixando envolver pela energia que vibrava daquela matéria, a partir da imersão em um espaço-tempo que se recriava a cada momento. Em um mergulho labiríntico, de dentro para fora, parti da pedra fundamental em seu subsolo e fui descobrindo os ambientes até a área externa. Assim, conexões foram estabelecidas em sequências de formas, cores e composições, sobrepondo-se ao caos, subliminarmente. MSV432 é o endereço, mas também o código de acesso a uma obra aberta, dentro de uma obra em aberto. Rafael Adorján Sobre MSV432 O projeto MSV432 (código originado a partir do endereço Rua Marquês de São Vicente, número 432) propõe uma reflexão entre memória e narrativa a partir de um imóvel tombado que está em processo de transformação para se configurar em um espaço que será a futura sede da Galeria da Gávea. Desde maio de 2016, venho acompanhando as obras de um chalé, de arquitetura neoclássica, construído no século XIX, e inaugurado mais precisamente em 1881, localizado no endereço citado, em frente à Praça Augusto de Lima, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Durante mais de um ano, me relacionei com o espaço de forma a considerá-lo um organismo vivo, gerador de imagens construídas em sintonia com o seu processo de transformação constante, incluindo a circulação propiciada por aqueles que habitam o lugar temporariamente através da sua força de trabalho. No intuito de me organizar para um projeto longo, me planejei de forma a criar uma rotina. Nas visitas, que chamei de “imersões”, estabeleci o hábito de ir ao local quinzenalmente e depois semanalmente, quando decidi intensificar o trabalho mais alinhado com o progresso da obra. Estive no local tanto nos finais de semana, para conviver com o espaço vazio, como também durante dias de semana, com a obra a pleno vapor, em horário comercial. Dessa forma, fui produzindo métodos de criação, que consistiam não somente em fotografar, mas também em anotar, escrever, desenhar em um caderno-guia com anotações, colagens com contatos dos filmes que estava produzindo junto a cópias de fotos mais antigas, bem como documentos, relatórios e reportagens de época sobre a casa. Tinha em mente que precisava construir um repertório com a finalidade de engendrar um arquivo que captasse tudo aquilo que me interessava, de forma a povoar um universo que serviria de base de criação de uma poética a respeito daquele lugar, processado e editado a partir do material resultante de cada imersão com a obra em andamento. Em seguida, também decidi começar a fazer pequenos filmes durante as imersões dos dias de semana, em horário de pleno serviço dos operários da obra, que originaram uma videoinstalação que será apresentada em uma, juntamente com a publicação do projeto, o novo fotolivro MSV432 durante a exposição de mesmo nome. Sobre todo o projeto MSV432 em questão, escrevi o texto abaixo, produzido especialmente para o livro. Nele comento sobre a experiência de se trabalhar em um projeto de longa duração ao ter uma casa como universo de criação, refletindo sobre escolhas e métodos adotados junto à questão de se ter o processo como protagonista do trabalho, onde a imaginação também é apresentada como um elemento fundamental: A CASA IMAGINADA Ao pensar a casa como um organismo vivo, construí um arquivo poético me deixando envolver pela energia que vibrava daquela matéria, a partir da imersão em um espaço-tempo que se recriava a cada momento. Em um mergulho labiríntico, de dentro para fora, parti da pedra fundamental em seu subsolo e fui descobrindo os ambientes até a área externa. Assim, conexões foram estabelecidas em sequências de formas, cores e composições, sobrepondo-se ao caos, subliminarmente. MSV432 é o endereço, mas também o código de acesso a uma obra aberta, dentro de uma obra em aberto. Rafael Adorján