Campo Cego, 2014
Série de imagens de empenas – face inexpressiva dos edifícios – reconstruída com cautela matemática e rigor estético que poderia se alinhar plenamente às referências históricas da arte e suas recorrências no uso contemporâneo. As fotografias, apesar de semelhantes, são sempre diferentes entre si. Os espaços funcionam como silêncios visuais na paisagem de São Paulo.
48 imagensIvan Padovani nasceu em 1978 em São Paulo/Brasil onde reside e trabalha atualmente. É formado em Administração pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado e Pós Graduação em Fotografia pela mesma instituição. Integra o grupo de estudos sediado no ateliê Hermes Artes Visuais, coordenado por Nino Cais, Marcelo Amorim e Carla Chaim. Seu projeto Campo Cego participa da exposição Time – Space – Existence, que faz parte da 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. Também foi selecionado no Concurso Diário Contemporâneo de Fotografia 2014, e ganhador de bolsa para participar do Programa Descubrimientos no Festival PhotoEspaña do mesmo ano. Em 2016 foi finalista do Concurso Conrado Wessel de Fotografia com o seu novo projeto intitulado Superfície. Artista representado pela Galeria da Gávea do Rio de Janeiro, Ivan é professor na Escola Panamericana de Arte, Madalena Centro de Estudos da Imagem e no Hermes Artes Visuais. Também colabora com a Revista Digital Photographer Brazil e edita o blog Marcador. A partir de fotografias esquemáticas, o artista faz um inventário da cidade, para em seguida reinterpretar e recombinar elementos arquitetônicos, propondo novas construções que reproduzem sua experiência em meio ao contexto urbano, deixando claro sua preocupação com a transitoriedade, instabilidade e fragilidade, assim como estes aspectos estão presentes no mundo contemporaneo de forma mais ampla. Emprega metodologias inspiradas na arte conceitual que refletem em uma estratégia de produção determinada com rigor a partir de uma série de regras pré-estabelecidas, resultando em um aspecto visual limpo, dotado de métrica e ritmo. Seja com empenas cegas de edifícios ou os fundos de stands de vendas imobiliários, a fotografia direta de Ivan Padovani guarda uma crítica sutil com base em aspectos de edifícios que são erguidos para serem negados, ressaltando a precariedade e a instabilidade das construções, tanto enquanto elementos concretos como projeções de ideias.